Saiba o que a história e as lendas dizem sobre os ‘300 de Esparta’

Por Eduardo Spohr [Colunas, Clik 21]

Estréia no Brasil, no final do mês de março, o filme "300", baseado na série de quadrinhos escrita pelo conceituado artista Frank Miller, responsável também por obras clássicas dos HQs, como "Sin City" e "O Cavaleiros das Trevas".

A história, tanto do quadrinho quando do filme, é inspirada na célebre narrativa dos Trezentos de Esparta, sobre o general Leônidas e sua tropa de elite. Mas, por que os tais "300" são lembrados até hoje? Por que seus feitos são revistos e recontados de tempos em tempos, desde os dias antigos?

As crônicas relativas à batalha das Termópilas, onde os espartanos enfrentaram os persas, foi seguidamente romanceada e se tornou um modelo para as narrativas heróicas. Bravura, coragem, honra e disciplina. Esses são os ingredientes-chave na história dos "300".

ORIENTE X OCIDENTE

A rivalidade entre gregos e persas já vinha de longe. Mas a grande disputa entre o Oriente e o Ocidente aconteceu mesmo na primavera de 480 a.C., quando o rei Xerxes decidiu invadir a Hélade.

Xerxes, conhecido como o "Rei dos Reis", tinha a reputação de ser "o homem mais belo da Pérsia", mas sua personalidade mostrava algumas fraquezas. Ele levara três anos para preparar a ofensiva e queria dar o golpe de misericórdia nos gregos. De fato, a Pérsia tinha o maior exército da época, calculado em 70 mil homens. O núcleo das tropas era formado por um corpo de 10 mil soldados de elite conhecido com "Os Imortais", pois, logo que um caía em combate, outro assumia seu lugar.

Xerxes enviou diplomatas a várias cidades helênicas, e muitas se curvaram às exigências do rei. Os espartanos e os atenienses, porém, viram nesse ato uma afronta. Conta-se que os homens de Esparta disseram aos diplomatas: "terão toda a água e toda terra que quiserem", e os jogaram num poço.

A guerra estourou, os homens marcharam e, rapidamente, o exército persa se espalhou pela península balcânica. Os gregos, liderados por Leônidas, decidiram reter seus rivais durante o maior tempo possível no desfiladeiro das Termópilas: os inimigos teriam necessariamente que passar por lá para chegar à Grécia Central.

Termópilas, em grego, significa "Portas Quentes", uma referência às nascentes sulfurosas junto ao monte Eta. Nesse lugar, o referido monte mergulha a pique no mar. A passagem, naquela época, era tão estreita que dois carros de combate não conseguiriam atravessar. Ali, os helênicos tomaram posição.

Sobre as montanhas, Leônidas conseguiu deter o avanço inimigo por seis dias, e quando Xerxes enviou um mensageiro exigindo que os gregos entregassem suas armas, recebeu a resposta: "Vem buscá-las". Depois, reza a lenda, quando os orientais disseram aos espartanos que suas flechas eram tantas “que cobririam o sol”, um dos soldados respondeu: "Tanto melhor, lutaremos à sombra".

O monarca persa, então, decidiu aguardar mais quatro dias, para que todos os seus homens estivessem em posição (ele esperava a chegada de mais guerreiros). Pensava que, ao ver a multidão, os gregos recuariam, mas ninguém recuou.

Diante dessa determinação, Xerxes mandou contra os defensores um destacamento especial, formado por Medas e Quissianos, que foram humilhados no caminho estreito. Irritado, lançou finalmente à frente de batalha seus "Imortais", acreditando que eles dariam cabo dos gregos, mas seus soldados de elite também caíram, um por um, literalmente.

O combate entre os Imortais e os espartanos havia durado dois dias. Não era para menos. No desfiladeiro, os persas não podiam fazer uso da sua arma mais poderosa: a cavalaria. Assim, os Rei dos Reis aceitou a ajuda de um traidor, cujo nome será lembrado para sempre na história: Efialtes.

Hoje em dia, há vários caminhos pelo desfiladeiro, mas na época toda a encosta estava coberta por densas florestas. Efialtes foi o responsável por apontar uma trilha secreta, por onde subiram o que restara dos Imortais. A traição acabaria por condenar à morte os defensores gregos.

Ao saber da aproximação inimiga, rapidamente Leonidas reuniu o conselho de guerra e dispensou todos os lutadores que não queriam ficar. As narrativas contam que, a partir dali, os 300 homens de Esparta ficaram em seus lugares e batalharam até a morte, facilitando a retirada dos outros efetivos, perdendo o combate, mas obtendo, assim, uma das mais famosas vitórias morais da história.
1 Response
  1. Anônimo Says:

    A FAVOR

    “ ‘300’ é um filme embebido em sangue de sua exuberância artística. Pessoas de todas as idades e sexos não conseguirão resistir a ele.” – Rolling Stone

    “O diretor Zack Snyder usa seu computador para criar pinturas ferozes, com muita atenção a cada frame, como se fosse um painel feito à mão.” – Seattle Post-Intelligencer

    “O resultado é um delirante rugido turbinado de um filme que funciona é como um ‘Spartacus’ sob efeito de drogas estranhas.” – FilmFour.com

    CONTRA

    “‘300’ é tão violento quanto ‘Apocalypto’ e duas vezes mais estúpido.” – The New York Times

    “‘300’, mesmo com suas impressionantes imagens de soldados criados por computador, é apenas um épico descartável.” – Salon.com

    “Imagine um enorme elenco preso em uma série de espetaculares protetores de telas. Poderia ser a Grécia Antiga. Poderia ser o computador de alguém.” – Boston Globe