Eu não saberia dizer ao certo quando textos eróticos recheados de imagens picantes apareceram no mundo ocidental nem quando eles foram criados. Exemplos dos séculos 18 ao 20 podem ser encontrados com certa facilidade. Mas será que textos eróticos eram comuns no Egito faraônico? Não podemos afirmar tal coisa, mas um único exemplo foi encontrado e data do período ramessida (1292-1070 a.C.) Refiro-me ao papiro do Museu de Turim (erotic papyrus - Turin 55001).
Não sabemos o porquê da produção desse texto, talvez em um momento de descanso ou de espírito satírico o escriba tenha traçado uma breve história com alguns diálogos e cenas. Talvez representasse algumas das experiências vividas pelo autor ou amigos.
O fato é que as diversas cenas de sexo no papiro remetem a lugares específicos que podem indicar uma casa de prostituição. Além disso, também foi retratado um ato sexual durante um passeio de biga.
Em uma das passagens, a jovem parece ensinar ao homem (cliente) inexperiente e temeroso a arte do sexo:
Eu torno o teu trabalho agradável. Não temas. O que eu te farias? Olha aqui dá a volta e vem por trás... Teu falo está comigo... (Lise Manniche, A Vida Sexual no Antigo Egito)
Além das cenas de amor, a preparação de uma jovem usando espelho, uma espécie de batom, colares, perucas e cinturões podem ser identificados. Também é possível verificar homens passando mal ou exaustos de tanto sexo.
O papiro não parece ter valor religioso claro e tende ao satírico, mas deuses são citados e o sistro (uma espécie de chocalho) da deusa Hathor é retratado nas cenas. Além disso, em uma das imagens, a postura de amor é semelhante ao encontro entre a deusa Nut (deusa do céu) e o deus Geb (deus da terra): ela por cima é uma variante do mito da criação.
O papiro é um exemplo de que mesmo em situações íntimas e satíricas do cotidiano o divino e o mágico estão presentes. Por outro lado, as cenas de atividades sexuais não são comuns no templos, mas aparecem em certo grau nas tumbas privadas, assim como um bom acervo pode ser encontrado sobretudo em rascunhos de calcário de trabalhadores conhecidos como ostracos (ou ostraca).
Não sabemos o porquê da produção desse texto, talvez em um momento de descanso ou de espírito satírico o escriba tenha traçado uma breve história com alguns diálogos e cenas. Talvez representasse algumas das experiências vividas pelo autor ou amigos.
O fato é que as diversas cenas de sexo no papiro remetem a lugares específicos que podem indicar uma casa de prostituição. Além disso, também foi retratado um ato sexual durante um passeio de biga.
Em uma das passagens, a jovem parece ensinar ao homem (cliente) inexperiente e temeroso a arte do sexo:
Eu torno o teu trabalho agradável. Não temas. O que eu te farias? Olha aqui dá a volta e vem por trás... Teu falo está comigo... (Lise Manniche, A Vida Sexual no Antigo Egito)
Além das cenas de amor, a preparação de uma jovem usando espelho, uma espécie de batom, colares, perucas e cinturões podem ser identificados. Também é possível verificar homens passando mal ou exaustos de tanto sexo.
O papiro não parece ter valor religioso claro e tende ao satírico, mas deuses são citados e o sistro (uma espécie de chocalho) da deusa Hathor é retratado nas cenas. Além disso, em uma das imagens, a postura de amor é semelhante ao encontro entre a deusa Nut (deusa do céu) e o deus Geb (deus da terra): ela por cima é uma variante do mito da criação.
O papiro é um exemplo de que mesmo em situações íntimas e satíricas do cotidiano o divino e o mágico estão presentes. Por outro lado, as cenas de atividades sexuais não são comuns no templos, mas aparecem em certo grau nas tumbas privadas, assim como um bom acervo pode ser encontrado sobretudo em rascunhos de calcário de trabalhadores conhecidos como ostracos (ou ostraca).
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