Obra vai do anti-semitismo "tradicional" ao "moderno"

Rafael Kato / USP Online
O livro O anti-semitismo nas Américas, editado pela Editora da USP (Edusp) e organizado pela professora Maria Luiza Tucci Carneiro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, reúne artigos de 26 autores, brasileiros e estrangeiros, sobre a perseguição de judeus nos países americanos desde os tempos coloniais até a modernidade.
O evento de lançamento, que ocorreu no dia 13/04 no Clube Hebraica, contou com uma mesa redonda com alguns dos autores brasileiros que contribuem com trabalhos, como Anita Novinsky, Bruno Fleiter, Cristian Cwick, Ivair Augusto Ribeiro e Maria das Graças de Almeida, entre outros.
Maria Luiza Tucci Carneiro explica que o livro pode ser divido entre os textos que abordam o anti-semitismo tradicional, associado às diferenças teológicas e perseguição, e o anti-semitismo moderno, com origem nas teorias racistas, eugenia e darwinismo social. Essa última modalidade está presente no livro com a análise destas manifestações em países como Brasil, Argentina, Cuba, México e Peru.
Além do artigos, a professora realizou o trabalho de pesquisa iconográfica que está em O anti-semitismo nas Américas. São imagens de livros que circularam pelas três Américas insultando e incentivando a perseguição aos judeus. Dentre esses, destaca-se Os Protocolos dos Sábios de Sião – proibido no Brasil, mas que foi encontrado pela professora -, que descrevia uma conspiração judaica para dominação mundial e destruição do cristianismo.
O anti-semitismo no Brasil ocorreu principalmente durante os governos Vargas e Dutra – conforme comprovam os documentos mais recentes. “Achei circulares secretas do Itamaraty que proibiam a entrada de judeus no país. Está lá, nominalmente: ‘negar o visto aos judeus’”, cita a docente.
Só entravam no Brasil judeus que comprovassem a conversão ao catolicismo, com um certificado de batismo, ou que pudessem pagar por um visto - o que fez com que muitas vezes sua entrada só fosse possível pela ação de associações judaicas brasileiras, que juntavam dinheiro para trazê-los ao país.
O trabalho de pesquisa começou há cinco anos, com apenas cinco artigos. No entanto, diz Maria Luiza, conforme outros professores ficaram sabendo do projeto, novos textos foram sendo agregados, o que demandou um esforço de tradução, pois cerca de 60% dos escritos estavam originalmente em espanhol, e outros em inglês e hebraico.


Atualidade

A preocupação em relação ao anti-semitismo não é apenas histórica, mas também atual. “Hoje em dia, o anti-semitismo está disfarçado de anti-sionismo, com o uso de expressões como 'invasores, parasitas'. Não se fala mais em raça pura, mas se recupera a idéia do judeu errante”, explica a professora.
Outro discurso que foi atualizado, segundo a pesquisadora, foi a de que os judeus são os responsáveis pela morte de Jesus. Para ela o tema voltou à tona após o filme A Paixão de Cristo, dirigido pelo cineasta Mel Gibson.
“Em momentos de tensão, os termos pejorativos afloram e as pessoas soltam os seus venenos. A idéia do judeu explorador, rico e assassino de Cristo ainda persiste”, conclui a professora.

Site
Em agosto será lançado na internet, em site ainda a ser divulgado, o Arquivo Virtual Sobre o Holocausto e Anti-semitismo, com cerca de 10 mil documentos, entre eles memorandos do Itamaraty sobre imigração judaica e um inventário sobre os sobreviventes do nazismo que se mudaram para o Brasil.
2 Responses
  1. Anônimo Says:

    Ivair Augusto Ribeiro parabéns pelo
    seu trabalho.
    Pessoas iguais a vc,nessa era em que vivemos, são encontradas nos lugares mais impróprios.


    P.S:Coincidências...ah!! as coincidências!!!


  2. Anônimo Says:

    KK, PARECE ATÉ UM PLAGIO QUE FOI UM POUCO MAIS ADIANTE A MANDO DOS DONOS KOSHERS DA CIA E CIA..MAS LEMBRO QUE FOI UMA COLOMBIANA A ME ALERTAR SOBRE A MERDA DA JUDEIA..ELA ERA DAQUELAS FILHAS DO BARROSO E DO FORUM PATRIA QUE TENTAVA OMITIR O CONGO USANDO A JUDEIA..ISSO POR QUE A AMERICA ESPANHOLA DESDE ISABEL E CIA SEMPRE FOI MAIS ATENTA A MERDA JUDIA..CONVERSAVAMOS SOBRE ANTOFAGASTA MUITO ANTES DO EVO IR NO EXTERIOR..KK..E DA NET SER MASSIFICADA..NAQUELA EPOCA SÓ NERDS A SERIO FALAVAM SOBRE ESSAS COISAS POR QUE NÃO EXISTIAM AINDA PAPAGAIOS DE WIKIPEDIA..KK