Romancista de idéias e idealismo, Nobel de Literatura/2007, Doris Lessing faz 88 anos
Lisa Allardice, The Guardian
Doris Lessing pode ser feroz. Mas esta manhã, como seria de se esperar de uma mulher de 88 anos, a serem completados amanhã [22/10], e que acaba de ser agraciada com o mais alto galardão da literatura, ela é toda sorrisos e beijos. A escada da sua dilapidada casa com terraço em West Hampstead está ladeada de buquês de flores. A sala de visitas no andar superior, da qual me lembro da última vez em que a entrevistei como um tanto sombria, abarrotada por pilhas de livros e revistas, tapeçarias e quadros opressivos, hoje está iluminada por mais flores, todas em tons carregados de laranja e vermelho. “As pessoas obviamente me associam ao pôr-do-sol”, diz ela. Seu gato está amuado, diz ela, porque não está recebendo atenção suficiente por causa da confusão toda. Mas, apesar da comoção das últimas 24 horas, estamos sozinhas, embora o telefone, ajustado para um tom estridente - ela está ficando levemente surda - volta e meia toque com novos cumprimentos.
O melhor, diz ela com inconfundível júbilo, foi o telefonema de seu herói, Gabriel García Márquez. “Fiquei terrivelmente comovida pela diversidade de pessoas que se alegraram por mim.”
Então o favorito deste ano, Philip Roth (as chances eram de 7 para 2), um figurão da literatura extremamente prolífico e controverso, famoso por escrever sobre masturbação, política e neuroses masculinas, foi vencido pelo azarão (50 para 1), uma figurona da literatura extremamente prolífica e controversa, famosa por escrever sobre menstruação, política e neuroses femininas. Ela é, como todas as reportagens salientaram, apenas a 11ª mulher a ter vencido nos 104 anos do prêmio. Isso será um triunfo para mulheres escritoras? “Detesto falar de literatura em termos de homens e mulheres. Não ajuda.” Mas ela lamenta muito que Virginia Woolf nunca tenha estado na lista.
Uma das razões, talvez, para Lessing não ter sido uma escolha tão surpreendente é ela ser, sobretudo, uma romancista de idéias e idealismo. Pós-colonialismo, comunismo, feminismo, misticismo - há poucos “ismos” do século 20 de que Lessing não tenha sido rotulada, judiciosamente ou não. “Eles...”, diz ela fazendo um gesto com a mão, “... eles gostam de aplicar rótulos para facilitar as coisas.”
O crítico literário Harold Bloom chamou a decisão da academia de “pura correção política”, eu digo. “Harold quem?” “Bloom”. “Oh, Harold Bloom. O que acha que ele quis dizer? Talvez ele pense que era hora de premiarem uma mulher.” O telefone toca novamente. “Diga a Harold Bloom que eu tive recomendações muito mais bacanas”, diz ela, dando uma risadinha. Então, por que ela acha que foi premiada depois de permanecer 40 anos na lista menor? “Provavelmente porque escrevi de tantas maneiras diferentes, sem nunca achar que não tivesse o direito disso. É uma lista impressionante.”
Ela ficaria desapontada se não o tivesse recebido? “Não, a coisa se arrastou por anos e anos, honestamente, era tão aborrecido. Ganhei todos os prêmios europeus. Este é o mais glamouroso, mas isso não significa que é o melhor de um ponto de vista literário.”
Certa vez lhe pediram para se tornar uma dama do império britânico, mas ela teria recusado por ser “um pouco pantomímico”. Ela realmente falou isso? “Sim, falei”, diz ela, recostando-se num sofá tão baixo que estamos quase acocoradas no chão. “Bem, antes de tudo não existe um império britânico, ninguém parece perceber isso. Depois, eles perguntaram se eu não gostaria de ser uma companheira. Uma companheira de quem ou do quê? Francamente.”
Ela é decerto a mais veterana estadista do feminismo na Grã-Bretanha - um manto de que ela vem tentando se desvencilhar desde que The Golden Notebook (O Caderno Dourado) foi proclamado “uma bíblia feminista” em 1962. Ela realmente vê o romance, com já disse, como seu fardo?
“Esse livro tem uma espécie de carga, eu tenho que admitir. Ele vive pipocando num país ou noutro, e eu tenho que dizer, ‘Meu Deus, esse livro tem algo’. Ele tem uma qualidade, uma vitalidade.”
Seu colega laureado J. M. Coetzee a chamou de “uma das maiores romancistas vitorianas de nosso tempo”. E uma coisa freqüentemente pouco considerada sobre Lessing é que ela tem sido uma pioneira tanto na forma como nas idéias, sua ficção evoluindo do realismo humanista de seus primeiros romances à fase média fantástica. Com característico espírito do contra, ela tem grande orgulho de sua série de ficção científica Canopus, o que deixa muitos críticos desnorteados. “Acho que alguns de meus melhores textos estão na série Shikasta. São experimentais. O problema é que nunca deveríamos subestimar o conservadorismo dos críticos litera... Quando The Golden Notebook saiu, ninguém percebeu que a forma que eu estava usando era tão interessante; eles ficaram obcecados demais pelo fato de que eu pretendia ser antimasculina, castradora.”
Ela parece se divertir seduzindo a irmandade feminina com uma confissão politicamente incorreta de determinismo biológico e diferença intrínseca entre os sexos. Seu último romance, The Cleft (A Fenda), uma fantasia distópica que descreve o sexo feminino como apático e preguiçoso, mas útil com uma vassoura, e os homens como uns “zé-ninguém” curiosos, aventureiros, deixou algumas críticas indignadas.
Como aconteceu com W. H. Auden, os belos retratos de Lessing já idosa tornaram seu rosto um dos mais reconhecíveis da literatura. Com suas rugas acentuadas pelo tempo e seu olhar agudo, seu rosto dá a impressão de toda uma vida perscrutando as lonjuras africanas - o que, num certo sentido, é exatamente o que ela vem fazendo desde que saiu de Johannesburgo em 1950, com seu primeiro manuscrito na bolsa.
A história de Lessing será bastante conhecida de seus leitores, não menos porque ela passou muitos anos a registrando. Em suas memórias, ela descreve com intimidade quase obscena os suspiros, sons e, mais poderosamente, os cheiros da mata africana que a nutriram e formaram. Sua infância - dividida entre uma tumultuada vida ao ar livre e uma intensa vida interior - foi marcada por sua mãe dominadora, com quem ela brigou “com firmeza, mas relutância” até a morte desta. Embora as figuras maternas se destaquem em sua ficção, foi só recentemente que ela conseguiu escrever diretamente sobre a sua mãe. E Lessing a perdoou? “Eu a expliquei, e isso é perdão.”
Seu mais recente romance - que ela afirma que poderá ser o último e que ela acaba de entregar a seu agente - intitula-se Alfred and Emily, por seus pais. Ela sempre os descreveu como aleijados pela Primeira Guerra Mundial (seu pai fisicamente: ele perdeu uma perna; sua mãe emocionalmente). Na primeira metade do romance, ela “aboliu a Primeira Guerra para que eles tivessem vidas comuns, decentes, laboriosas”. A segunda metade fala do que aconteceu depois que eles se mudaram para a Rodésia do Sul. “Basicamente, é um livro contra a guerra, que não é o que eu pretendia escrever.” Ela teria sido influenciada nisso pelos acontecimentos mundiais correntes? “Não. Não mesmo. Odeio a guerra, é claro, e acho que muitas pessoas jovens não têm idéia do que foi realmente a guerra. Tenho um medo horrível que os jovens possam ver a guerra como uma coisa glamourosa.”
Ela já disse que os ingleses são melhores em “romances pequenos, circunscritos, do que nas nuances de comportamento de classe ou social”. “É verdade. Eles o fazem soberbamente.” E não achará ela que o romance contemporâneo devia se engajar mais em política? “Não, você poderia se surpreender com isso, mas eu jamais pensei que um romance devia ser uma mensagem política: veja minha obra e descubra um romance que seja uma mensagem política.”
Então, o que ela pensa que é a sua maior realização? “O que tenho feito é continuar escrevendo apesar de todas as dificuldades. Estou presa nisso. Às vezes, tem sido muito difícil. Não esqueça que tive um filho na parte inicial disso.” Uma das outras características mais notadas da vida de Lessing é que, assim como Muriel Spark, que lhe era desconhecida quando ela vivia perto, na Rodésia, ela é uma das mais famosas trânsfugas da literatura - algo que lhe rendeu muitos dissabores por se recusar a mostrar suficiente remorso. “O filho de Muriel foi criado pelos avós e os meus filhos foram criados por uma segunda esposa. Eles não foram exatamente abandonados numa porta.”
Ela não se sente terrivelmente culpada? “Não, percebe, essa é a coisa difícil. Porque se eu não tivesse saído, sei o que teria me acontecido. Teria sofrido um tremendo um colapso nervoso e me tornaria alcoólatra. Embora tenha sido uma coisa terrível de fazer, foi a coisa certa.”
Mas há uma triste ironia no fato de Doris Lessing ter passado os últimos anos cuidando do filho de meia-idade de seu segundo casamento, Peter, que vive num apartamento ao lado do seu. Ele tem estado muito doente e tem sido hospitalizado algumas vezes, o que tornou cada vez mais difícil ela encontrar tempo e energia para escrever.
Apesar de muitos escritores afirmarem que escrevem absolutamente para si mesmos, sente-se que com Lessing isso é verdade. Ela escreve sobre o que a interessa naquele momento, e se os leitores não gostarem, o problema é deles. E os leitores que gostam, não gostam simplesmente dela, eles a amam.
“É maravilhoso”, diz ela. “Conheci garotas que dizem ‘Minha mãe me disse para ler você, e minha avó também’. Isso é uma coisa e tanto, não é?”
Tradução de Celso M. Paciornik
Doris Lessing pode ser feroz. Mas esta manhã, como seria de se esperar de uma mulher de 88 anos, a serem completados amanhã [22/10], e que acaba de ser agraciada com o mais alto galardão da literatura, ela é toda sorrisos e beijos. A escada da sua dilapidada casa com terraço em West Hampstead está ladeada de buquês de flores. A sala de visitas no andar superior, da qual me lembro da última vez em que a entrevistei como um tanto sombria, abarrotada por pilhas de livros e revistas, tapeçarias e quadros opressivos, hoje está iluminada por mais flores, todas em tons carregados de laranja e vermelho. “As pessoas obviamente me associam ao pôr-do-sol”, diz ela. Seu gato está amuado, diz ela, porque não está recebendo atenção suficiente por causa da confusão toda. Mas, apesar da comoção das últimas 24 horas, estamos sozinhas, embora o telefone, ajustado para um tom estridente - ela está ficando levemente surda - volta e meia toque com novos cumprimentos.
O melhor, diz ela com inconfundível júbilo, foi o telefonema de seu herói, Gabriel García Márquez. “Fiquei terrivelmente comovida pela diversidade de pessoas que se alegraram por mim.”
Então o favorito deste ano, Philip Roth (as chances eram de 7 para 2), um figurão da literatura extremamente prolífico e controverso, famoso por escrever sobre masturbação, política e neuroses masculinas, foi vencido pelo azarão (50 para 1), uma figurona da literatura extremamente prolífica e controversa, famosa por escrever sobre menstruação, política e neuroses femininas. Ela é, como todas as reportagens salientaram, apenas a 11ª mulher a ter vencido nos 104 anos do prêmio. Isso será um triunfo para mulheres escritoras? “Detesto falar de literatura em termos de homens e mulheres. Não ajuda.” Mas ela lamenta muito que Virginia Woolf nunca tenha estado na lista.
Uma das razões, talvez, para Lessing não ter sido uma escolha tão surpreendente é ela ser, sobretudo, uma romancista de idéias e idealismo. Pós-colonialismo, comunismo, feminismo, misticismo - há poucos “ismos” do século 20 de que Lessing não tenha sido rotulada, judiciosamente ou não. “Eles...”, diz ela fazendo um gesto com a mão, “... eles gostam de aplicar rótulos para facilitar as coisas.”
O crítico literário Harold Bloom chamou a decisão da academia de “pura correção política”, eu digo. “Harold quem?” “Bloom”. “Oh, Harold Bloom. O que acha que ele quis dizer? Talvez ele pense que era hora de premiarem uma mulher.” O telefone toca novamente. “Diga a Harold Bloom que eu tive recomendações muito mais bacanas”, diz ela, dando uma risadinha. Então, por que ela acha que foi premiada depois de permanecer 40 anos na lista menor? “Provavelmente porque escrevi de tantas maneiras diferentes, sem nunca achar que não tivesse o direito disso. É uma lista impressionante.”
Ela ficaria desapontada se não o tivesse recebido? “Não, a coisa se arrastou por anos e anos, honestamente, era tão aborrecido. Ganhei todos os prêmios europeus. Este é o mais glamouroso, mas isso não significa que é o melhor de um ponto de vista literário.”
Certa vez lhe pediram para se tornar uma dama do império britânico, mas ela teria recusado por ser “um pouco pantomímico”. Ela realmente falou isso? “Sim, falei”, diz ela, recostando-se num sofá tão baixo que estamos quase acocoradas no chão. “Bem, antes de tudo não existe um império britânico, ninguém parece perceber isso. Depois, eles perguntaram se eu não gostaria de ser uma companheira. Uma companheira de quem ou do quê? Francamente.”
Ela é decerto a mais veterana estadista do feminismo na Grã-Bretanha - um manto de que ela vem tentando se desvencilhar desde que The Golden Notebook (O Caderno Dourado) foi proclamado “uma bíblia feminista” em 1962. Ela realmente vê o romance, com já disse, como seu fardo?
“Esse livro tem uma espécie de carga, eu tenho que admitir. Ele vive pipocando num país ou noutro, e eu tenho que dizer, ‘Meu Deus, esse livro tem algo’. Ele tem uma qualidade, uma vitalidade.”
Seu colega laureado J. M. Coetzee a chamou de “uma das maiores romancistas vitorianas de nosso tempo”. E uma coisa freqüentemente pouco considerada sobre Lessing é que ela tem sido uma pioneira tanto na forma como nas idéias, sua ficção evoluindo do realismo humanista de seus primeiros romances à fase média fantástica. Com característico espírito do contra, ela tem grande orgulho de sua série de ficção científica Canopus, o que deixa muitos críticos desnorteados. “Acho que alguns de meus melhores textos estão na série Shikasta. São experimentais. O problema é que nunca deveríamos subestimar o conservadorismo dos críticos litera... Quando The Golden Notebook saiu, ninguém percebeu que a forma que eu estava usando era tão interessante; eles ficaram obcecados demais pelo fato de que eu pretendia ser antimasculina, castradora.”
Ela parece se divertir seduzindo a irmandade feminina com uma confissão politicamente incorreta de determinismo biológico e diferença intrínseca entre os sexos. Seu último romance, The Cleft (A Fenda), uma fantasia distópica que descreve o sexo feminino como apático e preguiçoso, mas útil com uma vassoura, e os homens como uns “zé-ninguém” curiosos, aventureiros, deixou algumas críticas indignadas.
Como aconteceu com W. H. Auden, os belos retratos de Lessing já idosa tornaram seu rosto um dos mais reconhecíveis da literatura. Com suas rugas acentuadas pelo tempo e seu olhar agudo, seu rosto dá a impressão de toda uma vida perscrutando as lonjuras africanas - o que, num certo sentido, é exatamente o que ela vem fazendo desde que saiu de Johannesburgo em 1950, com seu primeiro manuscrito na bolsa.
A história de Lessing será bastante conhecida de seus leitores, não menos porque ela passou muitos anos a registrando. Em suas memórias, ela descreve com intimidade quase obscena os suspiros, sons e, mais poderosamente, os cheiros da mata africana que a nutriram e formaram. Sua infância - dividida entre uma tumultuada vida ao ar livre e uma intensa vida interior - foi marcada por sua mãe dominadora, com quem ela brigou “com firmeza, mas relutância” até a morte desta. Embora as figuras maternas se destaquem em sua ficção, foi só recentemente que ela conseguiu escrever diretamente sobre a sua mãe. E Lessing a perdoou? “Eu a expliquei, e isso é perdão.”
Seu mais recente romance - que ela afirma que poderá ser o último e que ela acaba de entregar a seu agente - intitula-se Alfred and Emily, por seus pais. Ela sempre os descreveu como aleijados pela Primeira Guerra Mundial (seu pai fisicamente: ele perdeu uma perna; sua mãe emocionalmente). Na primeira metade do romance, ela “aboliu a Primeira Guerra para que eles tivessem vidas comuns, decentes, laboriosas”. A segunda metade fala do que aconteceu depois que eles se mudaram para a Rodésia do Sul. “Basicamente, é um livro contra a guerra, que não é o que eu pretendia escrever.” Ela teria sido influenciada nisso pelos acontecimentos mundiais correntes? “Não. Não mesmo. Odeio a guerra, é claro, e acho que muitas pessoas jovens não têm idéia do que foi realmente a guerra. Tenho um medo horrível que os jovens possam ver a guerra como uma coisa glamourosa.”
Ela já disse que os ingleses são melhores em “romances pequenos, circunscritos, do que nas nuances de comportamento de classe ou social”. “É verdade. Eles o fazem soberbamente.” E não achará ela que o romance contemporâneo devia se engajar mais em política? “Não, você poderia se surpreender com isso, mas eu jamais pensei que um romance devia ser uma mensagem política: veja minha obra e descubra um romance que seja uma mensagem política.”
Então, o que ela pensa que é a sua maior realização? “O que tenho feito é continuar escrevendo apesar de todas as dificuldades. Estou presa nisso. Às vezes, tem sido muito difícil. Não esqueça que tive um filho na parte inicial disso.” Uma das outras características mais notadas da vida de Lessing é que, assim como Muriel Spark, que lhe era desconhecida quando ela vivia perto, na Rodésia, ela é uma das mais famosas trânsfugas da literatura - algo que lhe rendeu muitos dissabores por se recusar a mostrar suficiente remorso. “O filho de Muriel foi criado pelos avós e os meus filhos foram criados por uma segunda esposa. Eles não foram exatamente abandonados numa porta.”
Ela não se sente terrivelmente culpada? “Não, percebe, essa é a coisa difícil. Porque se eu não tivesse saído, sei o que teria me acontecido. Teria sofrido um tremendo um colapso nervoso e me tornaria alcoólatra. Embora tenha sido uma coisa terrível de fazer, foi a coisa certa.”
Mas há uma triste ironia no fato de Doris Lessing ter passado os últimos anos cuidando do filho de meia-idade de seu segundo casamento, Peter, que vive num apartamento ao lado do seu. Ele tem estado muito doente e tem sido hospitalizado algumas vezes, o que tornou cada vez mais difícil ela encontrar tempo e energia para escrever.
Apesar de muitos escritores afirmarem que escrevem absolutamente para si mesmos, sente-se que com Lessing isso é verdade. Ela escreve sobre o que a interessa naquele momento, e se os leitores não gostarem, o problema é deles. E os leitores que gostam, não gostam simplesmente dela, eles a amam.
“É maravilhoso”, diz ela. “Conheci garotas que dizem ‘Minha mãe me disse para ler você, e minha avó também’. Isso é uma coisa e tanto, não é?”
Tradução de Celso M. Paciornik
[Estado de São Paulo, 21/10/2007]
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