O acidente com o Césio 137, em Goiânia, já foi comparado, a tragédia de Chernobyl, onde um reator nuclear sofreu uma explosão térmica, atingindo milhares de pessoas, o ano era 1986. Dois anos depois, o acidente em Goiânia fez com que o Césio 137, um dos componentes radiativos da Usina de Chernobyl, se rompesse. O pó se espalhou pela cidade contaminando centenas de pessoas. Desde então, as vítimas do maior acidente radioativo brasileiro lutam na justiça para receber indenização e tratamento médico e hospitalar adequados. Goiânia ainda não esqueceu o pesadelo. As marcas ainda são visíveis em corpos mutilados ou nas lembranças dos que perderam parentes ou amigos. A vida nunca mais será a mesma.
Foi em um terreno na Rua 57, do Setor Universitário, que no dia 13 de setembro de 87 os dois catadores de sucata desmontaram a peça coberta de chumbo, encontrada nos escombros do Instituto Goiano de Radioterapia. Era o começo do mais grave acidente radioativo do País. Atraídos pelo brilho do césio, adultos e crianças distribuíram o pó luminoso entre amigos e parentes. O césio foi levado pra casa em vidrinhos, nos bolsos e até esfregado na pele. O brilho era tanto e tão raro que eles acreditavam se tratar de uma pedra preciosa. Mal sabiam que seguravam a morte nas mãos. Dona Maria José Aparecida Ferreira, que perdeu três familiares no acidente, lembra como foi o contato de seu filho de 11 anos com o cilindro. A menina Leide da Neves Ferreira, de seis anos, foi a primeira vitima fatal.
Em 1988, foi criada a Fundação Leide da Neves, para dar assistência médica e psicológica as 151 pessoas que foram expostas à radiação. Os governos estadual e federal instituíram pensões para as vitimas. Donizete Rodrigues Oliveira visita semanalmente a Fundação em busca de alivio para suas dores físicas e emocionais. Mas não existe reparação para a dor da vida que ficou pra traz. São marcas invisíveis em uns, expostas em outros. Em novembro de 99, o governador Marconi Pirillo extinguiu a Fundação Leide das Neves, transformando-a em superintendência. Em 2003, os sobreviventes do acidente perderam o atendimento exclusivo e passaram a ser atendidos na rede pública de saúde. Quase vinte anos após o acidente radioativo com a cápsula de césio, o número de vitimas não está fechado. O Ministério Público conseguiu incluir na lista de pessoas com direito a atendimento médico e pensão alimentícia 417 servidores públicos que sofreram os efeitos da radiação.
Decisão da 5a. turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região reduziu de um milhão para 100 mil o valor da indenização que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CENEN) teria que pagar as vitimas do acidente com o Césio. A desembargadora Selene Maria de Almeida, relatora do processo, condenou o estado de Goiás a prestar atendimento médico hospitalar até a terceira geração das vítimas, como estava sendo feito pela extinta Fundação Leide Neves. A decisão também condenou os médicos a uma indenização de 100 mil reais, pelo descuido que tiveram ao expor a população ao material radiológico.
De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear, hoje não existem mais no Brasil aparelhos para Radioterapia com Césio 137. Atualmente, os equipamentos utilizam cobalto 60 – similar ao césio, mas menos radioativo.
[Nota: converse com seu professor de química para mais informações.]
Foi em um terreno na Rua 57, do Setor Universitário, que no dia 13 de setembro de 87 os dois catadores de sucata desmontaram a peça coberta de chumbo, encontrada nos escombros do Instituto Goiano de Radioterapia. Era o começo do mais grave acidente radioativo do País. Atraídos pelo brilho do césio, adultos e crianças distribuíram o pó luminoso entre amigos e parentes. O césio foi levado pra casa em vidrinhos, nos bolsos e até esfregado na pele. O brilho era tanto e tão raro que eles acreditavam se tratar de uma pedra preciosa. Mal sabiam que seguravam a morte nas mãos. Dona Maria José Aparecida Ferreira, que perdeu três familiares no acidente, lembra como foi o contato de seu filho de 11 anos com o cilindro. A menina Leide da Neves Ferreira, de seis anos, foi a primeira vitima fatal.
Em 1988, foi criada a Fundação Leide da Neves, para dar assistência médica e psicológica as 151 pessoas que foram expostas à radiação. Os governos estadual e federal instituíram pensões para as vitimas. Donizete Rodrigues Oliveira visita semanalmente a Fundação em busca de alivio para suas dores físicas e emocionais. Mas não existe reparação para a dor da vida que ficou pra traz. São marcas invisíveis em uns, expostas em outros. Em novembro de 99, o governador Marconi Pirillo extinguiu a Fundação Leide das Neves, transformando-a em superintendência. Em 2003, os sobreviventes do acidente perderam o atendimento exclusivo e passaram a ser atendidos na rede pública de saúde. Quase vinte anos após o acidente radioativo com a cápsula de césio, o número de vitimas não está fechado. O Ministério Público conseguiu incluir na lista de pessoas com direito a atendimento médico e pensão alimentícia 417 servidores públicos que sofreram os efeitos da radiação.
Decisão da 5a. turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região reduziu de um milhão para 100 mil o valor da indenização que a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CENEN) teria que pagar as vitimas do acidente com o Césio. A desembargadora Selene Maria de Almeida, relatora do processo, condenou o estado de Goiás a prestar atendimento médico hospitalar até a terceira geração das vítimas, como estava sendo feito pela extinta Fundação Leide Neves. A decisão também condenou os médicos a uma indenização de 100 mil reais, pelo descuido que tiveram ao expor a população ao material radiológico.
De acordo com a Comissão Nacional de Energia Nuclear, hoje não existem mais no Brasil aparelhos para Radioterapia com Césio 137. Atualmente, os equipamentos utilizam cobalto 60 – similar ao césio, mas menos radioativo.
[Nota: converse com seu professor de química para mais informações.]
Moro em Goiânia e estou reunindo arquivos sobre o cidente do césio137 e montando um laudo técnico, e tem uma informação errada em seu texto, parte do residuo radioativo foi deixado la rua 57 do St Aeroporto, e não no St universitario, e também na rua 16-A do St Aeroporto.