Cuba, hombre, Cuba...

Leia o especial Cuba "Posso dizer agora, 46 anos depois do triunfo, que o que alcançamos está muito além dos sonhos que podíamos conceber na época, e éramos bastante sonhadores no início"
Em entrevista a Ignácio Ramonet, no livro "Biografia a duas vozes" (editora Boitempo)

Leia Especial Cuba do portal UOL [ clique aqui]


[colagem de imagens de Fidel, com música de Silvio Rodriguez]


[em inglês, from Associated Press]

O trauma de uma guerra esquecida: a história de uma foto premiada

A imagem de Tim Hetherington de um soldado americano cansado no Afeganistão venceu o Prêmio World Press de foto do ano de 2007. Em um conversa com o Spiegel Online, o fotógrafo revela as circunstâncias dramáticas por trás da fotografia - e o trauma de uma guerra esquecida.

Repórteres de guerra vivem perigosamente. Essa obviedade finalmente atingiu Tim Hetherington em outubro do ano passado, no vale de Korangal, apelidado de "vale da morte" pelas tropas americanas no Afeganistão.

Era a terceira temporada de Hetherington com as forças americanas no local. O fotógrafo britânico estava novamente viajando com o 2º Pelotão da Companhia de Batalha, parte do 2º Batalhão, 503º Regimento de Infantaria. Um dia, em meio ao caos e mutilações de uma operação de combate com insurgentes, Hetherington caiu e quebrou a fíbula. Teve que ser retirado de helicóptero.

"Poderia ter sido pior, eu poderia ter morrido", disse Hetherington, 38.

Mesmo assim, foi uma fratura complicada que o deixou de muletas por meses. Lentamente, ele aprendeu a andar novamente. Até hoje, o londrino ainda recebe tratamento médico em Nova York, no Centro Médico da Universidade de Columbia.

Em abril, ele pretende voltar ao Afeganistão, e reunir-se com o 2º Pelotão.

Ele quer voltar para acabar de contar a história dos soldados daquele pelotão -porque a história ainda não acabou. "Sou dedicado a esse projeto", diz Hetherington. "Vou continuar até que algum resultado seja alcançado."

É uma história que, ao menos em parte, recentemente voltou à consciência mundial. A fotografia de Hetherington de um soldado jovem, cansado, desesperado do 2º Pelotão, tirada em uma excursão anterior ao Afeganistão, foi recentemente nomeada Foto do Ano de 2007 pela World Press. "Essa imagem representa a exaustão de um homem -e a exaustão de uma nação", disse o presidente do júri Gary Knight.

O mais perto possível
Mais interessante do que elogios do júri são as circunstâncias dramáticas do retrato, que eram desconhecidas até agora. Em conversa com o Spiegel Online, Hetherington revelou a história do retrato de 16 de setembro de 2007 -e o trauma de uma guerra em grande parte esquecida, ao menos nos EUA.

O que Hetherington não revela, entretanto, é o nome do soldado na foto, pois ele ainda está na linha de frente no Afeganistão, um combatente anônimo de uma causa que atrai pouca atenção em casa. Quem sabe como o jovem se sente por ser inconscientemente um novo símbolo anti-guerra? "Se quiser que divulguemos seu nome, o tornarei público", diz Hetherington. "Mas não ouvi notícia dele ainda."

O retrato fazia parte de uma encomenda para a "Vanity Fair", revista mensal conhecida por sua opulência. Hetherington tinha estado no Afeganistão antes, em 2001. Ele voltou para acompanhar o 2º Pelotão junto com o jornalista famoso Sebastian Junger, autor de "The Perfect Storm", que algumas vezes é descrito como o novo Hemingway.

Tudo começou como uma tarefa simples, diz Hetherington, "para ajudar a pagar as contas e coisas assim". Logo, passou a ser muito mais.

Hetherington e Junger alojaram-se com o 2º Pelotão e assim praticamente tornaram-se membros da unidade -apesar de serem civis sem treinamento militar. Sem problemas, diz Hetherington, apesar de não se considerar fotógrafo de guerra: "Eu sei como é. É meu papel."

Alguns repórteres evitam a proximidade com os soldados, por temerem a perda da distância e da objetividade. Hetherington, entretanto, gosta: "Procuro estar no meio deles". Ele quer estar o mais perto possível dos soldados, para criar "retratos íntimos", que parece ser a única forma atualmente "de engajar o público americano".

Foi o mesmo método usado com sucesso em séries de fotos anteriores, quando ele retratou o rastro da tsunami de 2004 na Ásia, a guerra civil na Libéria e Nova York após 11 de setembro.

"O ambiente escureceu"
O 2º Pelotão, que na época tinha 20 homens, é considerado a ponta de lança das forças americanas no vale Korangal, a parte mais perigosa do Nordeste do Afeganistão. Sua missão é manter e expandir o controle americano e cortar as frentes de combatentes do Taleban, insurgentes e células da Al Qaeda, impedindo-os de alcançar a capital Cabul. Alguns acreditam que Osama Bin Laden está escondido nessa região.

Sob freqüente fogo inimigo, os homens construíram um abrigo, com vista para parte do vale. Um alojamento tosco feito de terra e pedra "talvez com 20 metros por 40", diz Hetherington. Eles chamaram-no de "Restrepo", nome do médico Juan Restrepo, de 20 anos, que tinha sido morto em uma emboscada em julho.

O dia 16 de setembro de 2007 era um domingo. "Um dia de luta bastante intensa", lembra-se Hetherington. Eles tinham acabado de ser informados por operações militares de escuta que o inimigo tinha trazido 20 granadas para o vale, junto com foguetes de 107 mm e três coletes suicidas. As forças americanas estavam sob fogo constante; um dos soldados quebrou a perna e teve que receber morfina.

"Sentíamos como se fossemos alvos", diz Hetherington. "O ambiente no acampamento escureceu."

Hetherington entrou em "piloto automático", diz ele. Sempre faz isso quando se encontra em situação difícil, ameaçado ou temendo por sua vida. "Concentro-me totalmente no meu trabalho. Como uma máquina. Os soldados fazem o mesmo. Isso tira sua mente das coisas." Do medo, da dor, da impotência -ao menos por um tempo.

Eles mal dormiram naquela noite. Todos se reuniram no abrigo, contra a parede de terra "longe da outra parede por onde eles poderiam vir", diz Hetherington, referindo-se ao inimigo.

Foi nessa hora mais escura que Hetherington tirou a foto que tocou o mundo. Um jovem soldado, encostado contra a parede de terra, sem capacete, de braços sujos. Ele tira o suor da testa, olhando diretamente para a câmera, olhos turvos, boca aberta -em parte chocado, em parte cansado, em parte desesperado. Ele tem uma grande aliança na mão esquerda.

A imagem é sombria, embaçada, sem contraste. Alguns criticaram isso, argumentando que uma foto assim "não deveria vencer", diz Hetherington. Mas ela captura o momento perfeitamente e funciona em dois níveis: dá a quem vê uma sensação do que aconteceu naquele momento e, ao mesmo tempo, tem um significado simbólico eterno.

"Preciso voltar"
Hetherington tirou muitas outras fotos no Afeganistão. Algumas foram publicadas na edição de janeiro de "Vanity Fair", outras podem ser vistas em seu site pessoal.

Entre elas, há retratos quase idílicos dos soldados como crianças. O tenente Matt Piosa, 24, líder do Pelotão, parece um menino de escola ousado. O sargento Kevin Rice, 27, olha diretamente para a câmera, cheio de dúvidas. Pouco depois, Rice foi criticamente ferido -um momento estarrecedor que Hetherington capturou em vídeo para a ABC News. No vídeo, outro soldado é visto caindo no choro.

Só dá para ficar em piloto automático por um tempo limitado. "Eventualmente, as coisas te atingem", diz Hetherington. "E aí saem de formas randômicas". Algumas vezes até hoje.

Ele nunca perseguiu o prêmio, de fato. O que queria fazer com as fotos era contar a história dos homens do 2º Pelotão. "É uma história terrível", diz Hetherington. "Mas é forte. Eles colocam suas vidas em risco", o que dá ao prêmio maior significado, além dos 10.000 euros que vem com ele: "É uma grande honra vencer o prêmio."

O júri selecionou a foto de Hetherington entre 80.536 inscritas. A cerimônia de premiação está marcada para 27 de abril de 2008 em Amsterdã. Depois, uma exibição dos 59 premiados vai viajar para 100 locais em torno do mundo.

Nessa altura, Hetherington espera estar de volta ao Afeganistão, ao 2º Pelotão. Assim que estiver "de pé e correndo", quer voltar, junto com Junger, que já foi para outra temporada no mês passado.

Ele sente como se não tivesse escolha: "Tenho que voltar."

Tradução: Deborah Weinberg

Der Spiegel, 16/02/2008

Crise nos EUA: No fundo, a desigualdade

<>Leia a matériaAs análises sobre as turbulências financeiras recentes costumam omitir um dado essencial: nos EUA, epicentro da crise, a concentração de renda voltou aos níveis de 1929. O empobrecimento levou a uma espiral de dívidas — que, ao se romper, produz quebradeiras em série e ameaça a economia

<>LEIA a matéria do LE MONDE diplomatique.

E por falar em febre amarela...

Clique aqui! Os médicos não sabiam o que era, o governo não sabia como controlar, a imprensa não perdoava ninguém: a trágica epidemia de febre amarela que devastou o Rio no verão de 1850... [Clique aqui!]

E Portugal fugiu para cá

Clique aquiArtigos dão visão ampla sobre a vinda da família real, há 200 anos. Leia a edição especial de janeiro na íntegra e tudo que já foi publicado antes sobre o tema na Revista de História da Biblioteca Nacional. Clique aqui!

Eleições americanas: Como funciona???

Símbolo dos republicanosSímbolo dos democratas
Saiba como funciona o processo de escolha do presidente dos EUA



1ª Fase: Primárias
1. Pré-candidatos: Qualquer pessoa nascida nos EUA, residente no país há pelo menos 14 anos e com, no mínimo, 35 anos de idade pode se candidatar.

2. Prévias: Em cada Estado, os partidos têm seu processo para designar representantes (delegados) que votarão nos pré-candidatos nas convenções nacionais. Os processos mais comuns são primárias ou "caucuses". Há superdelegados (democratas) e delegados livres (republicanos) com direito a voto nas convenções sem depender do resultado de prévias.

3. Convenções nacionais: Nas convenções, delegados originários das prévias e membros de alto status nos partidos (superdelegados ou delegados livres) votam escolher seu candidato à Presidência.

Notas:
- A Convenção Nacional Democrata ocorre em Denver (Colorado) de 25 a 28 de agosto.
- A Convenção Nacional Republicana ocorre em Minneapolis (Minnesota) de 1 a 4 de setembro.

2ª Fase: Eleição
4. Voto popular: Em 4 de novembro, eleitores registrados votam nos candidatos de sua preferência. O voto não é obrigatório e não define diretamente o vencedor: cada Estado tem um número de representantes que enviará para votar no Colégio Eleitoral.

5. Colégio Eleitoral: Os representantes se reúnem para finalmente definir o próximo presidente; geralmente, eles votam no candidato vencedor em seu Estado, mas não há obrigatoriedade legal.

Notas:
- O número de representantes varia dependendo da população do Estado.
- Existem outros partidos nos EUA e, alguns deles, lançam candidatos à presidência. No entanto, a visibilidade e as possibilidades eleitorais desses candidatos "alternativos" são mínimas.

Pérolas, porcos e patetas

No "BBB", o temor de pertencer ao esquisito grupo dos que "são de ler livro" fala por si só

"GRAÇAS A Deus, nunca fui de ler livro." A frase, definitiva, é de uma das ilustres celebridades criadas no laboratório do "BBB", um tal de Fernando. É má política ficar indignado com aquilo que já sabemos não ser digno de atenção, mas, ainda assim, por vezes a estupidez dá tais sustos na gente que é difícil ficar impassível. Neste caso, o mais intrigante não é, evidentemente, o fato de o moço não ser de "ler livros". A cultura escrita não goza lá de muito prestígio entre nós, brasileiros, falando de maneira bem genérica. Se consideramos o microcosmo do "BBB" -gente jovem, considerada bonita, com pendores exibicionistas, ambição de se tornar celebridade e propensa a ganhar dinheiro fácil-, o índice deve tender a quase zero. O mais revelador é o alívio com que ele se expressa, como a dizer: "Graças a Deus não fui amaldiçoado com essa estranhíssima vontade, esse gosto bizarro, esse defeito de caráter". Qual é, exatamente, a ameaça que se pensa haver nos livros, ficamos sem saber, mas o temor de pertencer ao esquisito grupo daqueles que "são de ler livro" fala por si só. Por outro lado, é nesses momentos de espontaneidade real que o "BBB" tem algum interesse. Embora aqueles que chegaram ao programa não sejam, a rigor, representativos de nada, nessas brechas escapa o que vai na cabeça dessas moças e rapazes, de certa forma parecidos com os que estão do lado de fora. O desprestígio do conhecimento letrado é marca funda da sociedade brasileira -e quando é formulado com tanta veemência e clareza, é preciso prestar atenção.

Enquanto isso, na universidade de Aguinaldo Silva, o pau come. Na novela "Duas Caras", a instituição de ensino é palco de uma luta renhida entre aqueles que "querem estudar" -para vencer na vida, não mais do que isso; estudar aqui tem um valor de troca muito claro- e o bando de baderneiros e oportunistas, identificados como "de esquerda", que querem tumultuar o projeto "eficiente" do reitor, um ex-militante convertido ao ensino privado. Todos estudam lá -as mulatas sestrosas da favela, as patricinhas do condomínio, a mulher adulta que volta à sala de aula. Só não se sabe, ao certo, o que se estuda -embora haja gente empunhando livros e cadernos, não há uma indicação sequer (nem nos diálogos, nem nas trajetórias dos personagens) de que, em uma universidade, ao contrário dos shoppings do ensino, deva se produzir conhecimento e que o conhecimento de verdade é transformador. Justamente o que deve temer o "brother" Fernando.

[Bia Abramo. Folha de São Paulo, 03/02/2008]

O Estados Unidos rejeitam Bush

Na noite de segunda-feira passada [28/01], o presidente George W. Bush compareceu à Câmara dos Representantes para ler o seu sétimo e último discurso sobre o Estado da União, um dos ritos mais característicos da liturgia política americana, oficiado a cada janeiro pelo titular de turno da Casa Branca. Mas, no que terá sido o primeiro esboço de epitáfio da era Bush, o pronunciamento mereceu da mídia do país uma fração apenas da sua atenção ao que rotulou “a esnobada” - o dar de costas do presidenciável democrata Barack Obama à rival Hillary Clinton, no momento em que, ao seu lado no plenário, ela e o senador Ted Kennedy trocavam um aperto de mãos, pouco antes de Bush subir à tribuna. Se um factóide desses ofusca a fala do presidente dos Estados Unidos da América, no evento talvez mais solene que lhe cabe estrelar, é porque o país já lhe deu as costas, 51 semanas antes do fim do seu mandato.
Na vida das nações, é normal que o apelo do futuro próximo, embora ainda indeterminado, ou por isso mesmo, remeta a segundo plano o interesse pelo presente que se esfuma. Daí a expressão “pato manco” (lame duck), significando irrelevância, com que os americanos apequenam os seus dirigentes na reta final de sua passagem pelo poder. O que está por vir ocupa a cena ainda mais quando, pela primeira vez desde 1928, não participam da batalha eleitoral nem o chefe do governo nem o vice. Mas o ar que se respira nos Estados Unidos não é o de uma contagem regressiva como as outras - é de imitigada ansiedade pela partida do seu pior condutor de que se tem memória. Tampouco há lembrança de um momento em que só 19% da população, conforme as pesquisas mais recentes, entenda que os Estados Unidos estão no rumo certo. Ou de uma situação em que nenhum dos correligionários do presidente que aspiram à sua cadeira ousa invocar o seu nome diante do eleitorado.
A era Bush, efetivamente, foi uma tragédia americana, para usar a expressão que reproduz o título do conhecido romance de Theodore Dreiser. Já nos seus meses iniciais em Washington - onde chegou com menos votos populares do que o adversário Al Gore e graças a uma fraude eleitoral que receberia o endosso de uma Suprema Corte ideologizada - ele só fez aprofundar o fosso que dividira a América em duas, mandando às urtigas o mote de campanha “conservadorismo compassivo” e abraçando a causa do fundamentalismo religioso. Ao mesmo tempo, dava os primeiros sinais de que a sua política externa não teria nada do “respeito decente pelas opiniões da humanidade” consagrado pelos pais-fundadores da república. Em 10 de setembro de 2001, a maioria dos observadores políticos independentes repetiria, se lhes fosse perguntado, que o texano provavelmente teria a sina do pai, presidente de um único mandato. O ultraje perpetrado pela Al-Qaeda no dia seguinte mudou o curso previsível da história.
Explorando com extraordinária competência o horror, o aturdimento e o inédito senso de vulnerabilidade da população, os titeriteiros da Casa Branca fizeram de Bush, perante a opinião pública, o invulnerável escudo humano de uma nação cujo luto e ira transformaram em cego chauvinismo. O dissenso democrático e a tradição da imprensa de investigar e expor as mazelas de Washington foram execrados desde a primeira hora como crimes de lesa-pátria, instrumentos do terrorismo. “Quem não está conosco está contra nós”, proclamou Bush. Entorpecidas, silenciadas ou cooptadas aquelas vozes que desde sempre sustentaram a singular democracia americana, ficaram sem contestação as mentiras monumentais que pavimentaram o caminho para a insana ocupação do Iraque. Quando a força devastadora dos fatos os despertaram, os Estados Unidos se viram enfim diante das ignominiosas realidades do bushismo.
“Os Estados Unidos combatem hoje em duas frentes (Iraque e Afeganistão), a economia ruma para a recessão, o mundo civilizado ainda enfrenta perigos aterrorizantes - e tem muito menos simpatia e respeito pelos Estados Unidos”, resumiu o New York Times o perverso legado de Bush, ao comentar o seu derradeiro discurso perante o Congresso. E o pior é que nada disso desaparecerá da noite para o dia quando outro for o presidente. “O mal que os homens fazem lhes sobrevive”, escreveu Shakespeare em 1599. Valerá para a América de 2009.


[O Estado de São Paulo, 03/02/2008]

Estamos de volta...

"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar."

Bertold Brecht